Música de ballet
A música tem a capacidade de despertar sentimentos nas pessoas de várias maneiras, experimentando certas reações como alegria, melancolia, tensão, etc. O bailarino usa essas circunstâncias para produzir uma ação emocional em uma série de movimentos. A música permite ao bailarino comunicar. Mas para que flua, é necessário analisar previamente a música que acompanhará o movimento, de modo a identificar as estruturas que permitirão que a expressão e a interpretação do bailarino se desenvolvam ao máximo.
Influência da música de dança
A dança precisa de música para definir o humor, libertar o ritmo e criar a motivação necessária para começar a mover-se. A música tem a capacidade de nos fazer sentir de uma certa maneira, e é por isso que ela desempenha um papel tão imenso na dança. Diferentes estilos de música criam vários tipos de ritmos, que correspondem a um estilo de dança específico. Enquanto em algumas danças qualquer tipo de música pode ser executada, há sempre um gênero típico com o qual ela é combinada. Por exemplo, melodias lentas seriam usadas ao interpretar estilos de dança como valsa, letra ou balé, enquanto canções rápidas e otimistas seriam usadas para hip-hop, claque ou salsa. Embora se possa argumentar o contrário, a versão tradicional de cada um dos estilos de dança corresponde, respectivamente, à música lenta ou rápida.
Canções de ballet
- Tchaikovsky: Lago dos Cisnes.
- Delibes: Copellia.
- Tchaikovsky: Quebra-nozes.
- O Sylph.
- Tchaikovsky: Bela Adormecida.
- Giselle.
- Stravinsky: Petrushka.
- Stravinsky: A consagração da Primavera.
- L’apres midi d’un faune.
- Stravinsky: O Firebird.
- Khachaturiam: Gayaneh.
- Bejart: Bolero de Ravel.
- Prokofiev: Romeu e Julieta.
- Prokofiev: Cinderela.
- Verdi: O corsário.
- Minkus: Don Quixote.
- Falhar: Amor de bruxa.
- Gershwin: Rapsódia em azul.
Características da música de ballet
Há uma série de elementos da música que influenciam o desenvolvimento da expressão artística da dança. Estes são: melodia, harmonia, estilo e caráter.
A melodia
É a combinação heterogénea de sons musicais, ou também a sucessão de sons de diferentes alturas com que o compositor expressa um sentimento. Através do ritmo, os diferentes sons são agrupados entre si. A melodia fornece um suporte natural para a expressão e ajuda no uso da respiração durante a interpretação.
Uma forma de agrupar a melodia é através da frase musical. Esta é uma unidade conceitual, que geralmente consiste em oito medidas, embora possam ter menos.
Estas frases de movimentos têm um começo, um desenvolvimento e um fim e são feitas respeitando as frases musicais. A continuidade no encadeamento de cada frase é fundamental para músicos e bailarinos e, no caso da dança, dará origem a uma coreografia.
Os braços são mais frouxos que as pernas quando se trata de ligar os movimentos e dar continuidade às frases, por isso lhes é confiada a missão de sublinhar esta continuidade.
Harmonia
É adicional à textura da melodia, ou como a ciência que estuda acordes. Um acorde é um conjunto de três ou mais sons que são ouvidos simultaneamente.
A harmonia une melodia e ritmo, enriquecendo a melodia e dando-lhe variedade e carácter. Ajuda o bailarino a estar mais atento à respiração dos movimentos, melhorando assim a qualidade dos desempenhos.
A respiração permite a preparação, desenvolvimento e conclusão de movimentos, a nuance de gestos e sentimentos e o encadeamento de passos. A harmonia desempenha, portanto, um papel importante.
Nesta seção encontramos dois conceitos: tonalidade e modalidade.
A tonalidade é o produto obtido após a organização dos sons de uma escala, onde o mais importante é chamado de tônico e dá nome à tonalidade.
A modalidade é uma forma de construir uma escala, e vai depender do lugar ocupado pelos tons e sentimentos. Pode ser maior ou menor.
A tonalidade e a modalidade conferem à peça de música um certo carácter.
As mudanças de modalidade ou a transposição na tonalidade, ajudam o bailarino a obter forças renovadas para continuar fazendo a variação dos movimentos. Dá-lhes uma contribuição extra de energia muito útil para desenvolver a coreografia.
Estilo e caractere
É o elemento expressivo que nos dirá como é a composição musical. Indica que qualidade tem: se está feliz ou triste, se tem força ou é sensível, etc. Os termos usados para expressá-lo são entre outros: apaixonado, genial, brilhante, delicado, furioso, calmo, etc.
Cada instrumento tem um caráter particular, e assim como a música escolhe um específico para compor, porque é aquele que precisa para desenvolver o sentimento que quer expressar, a mesma coisa acontece na dança.
O bailarino ou coreógrafo procura a música que melhor se adapta ao sentimento que quer transmitir. Assim, ele escolhe um piano ou um violoncelo ou uma peça orquestrada ou o que precisar, escolhendo também se o que lhe convém é que esta peça seja adágio, allegro, etc.
Isto porque a música desperta no bailarino uma série de emoções que lhe permitem transmitir um sentimento.
Os estilos das peças musicais são diversos e é importante que o bailarino os conheça, a fim de poder decidir que tipo de música é adequada para a montagem de sua coreografia.
A dança, por outro lado, inclui diversos estilos que são específicos. Cada um deles tem um carácter específico e indica o ritmo, a dinâmica e a velocidade com que um movimento é executado.
É importante combinar o estilo da música e seu caráter com o estilo e caráter da dança a ser desenvolvida, a fim de fundir ambas as disciplinas em uma rica interpretação que atinge o espectador como um todo de expressão de sentimentos.
Pequena reflexão: música e dança são duas disciplinas que precisam de ter algo para comunicar para poder criar ou actuar, e o bailarino utiliza a música como meio de fazer fluir e comunicar os seus sentimentos.